O mal e o remédio

O mal e o remédio
(22/05/2020)

Guilherme Fraenkel

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Há um lugar quentinho em todo coração cansado 
 Mesmo fechado para balanço tem chance de ser tocado
 A vida flui e infiltra como bálsamo há muito esperado
 Mesmo se o coração estiver desesperançado…

Aquela lágrima teimosa?
 Rachaduras que anunciam infiltração dadivosa.
 Voz raivosa?
 Grito de socorro que quebra máscara ansiosa…

Voz ensimesmada só quer ser acalentada
 Timidez acentuada pode ser medo da alma pouco amada
 Figura armada só precisa ser ouvida e acariciada
 Gente tagarela quer ser escutada

Certezas absolutas descrevem a necessidade de existir
 Incertezas imprecisas escrevem o desejo de coexistir
 Primaveras infiltram e não há como resistir
 A vida segue consagrando o divino porvir.

Quem de mal do coração padece
 Um dia através da razão aquiesce 
 Com a emoção infiltrada nada se enrijece
 espírito imortal da origem jamais esquece

Mesmo com o coração transtornado
 Há um destino traçado
 Ser alado é futuro por Deus determinado
 Não há como ser questionado